Para marcar os 19 anos da Lei Maria da Penha, a Prefeitura promoveu, na última semana, uma roda de conversa para ampliar a conscientização e fortalecer o apoio mútuo às mulheres vítimas de violência. A atividade foi orientada pela artista plástica Eugenia França que dividiu seu conhecimento sobre o combate à violência contra as mulheres, utilizando a arte como recurso para sensibilização. Foram abordados temas como a reflexão, esperança e empoderamento. A ação foi realizada na sede da Regional Industrial.
“Não é motivo de comemoração uma mulher ser vítima de feminicídio, mas é preciso celebrar os avanços e destacar temos uma legislação tão avançada que garante a integração das políticas de cuidado e de preservação da vida das mulheres no nosso município e em todo o país”, ressaltou a secretária da Mulher e da Juventude, Camilla Marques.
A administradora da Regional Industrial, Mara de Castro, enfatizou a necessidade do debate, da conversa e do acolhimento. “Uma escuta atenta dos relatos é de muita importância. Ela é essencial para dar o suporte e encaminhamento personificado às mulheres. A participação da rede de proteção nesse tipo de atividade é fundamental para informar os serviços ofertados e os direitos das mulheres”.
Para Mara, promover a divulgação de dados e fatos é fundamental para diminuir as taxas de violências contra as mulheres. “Tivemos uma variedade grande de participantes: idosos, jovens, pessoas de diferentes raças, credos. A participação dessas mulheres é importante para treinar os olhares e fortalecer o apoio na multiplicação das informações”.
A palestrante, Eugenia França, frisou o uso da arte na sensibilização e no processo terapêutico de cura. “A arte, que se manifesta em tantas linguagens, é também um ponto dessa rede, uma ferramenta potente de denúncia e de resistência. Através dela, conseguimos dar visibilidade às dores silenciadas, provocar reflexões e construir outras narrativas mais justas e mais humanas”.
Claudia Maylla, do Instituto Droma Romani, compartilhou sua experiência no evento. “Nós vemos a todo momento mulheres sofrendo violência doméstica, emocional e estrutural. Acredito que é muito importante esse momento em que cada encontro fortalece o laço entre mulheres, que todas se unam para vencer toda essa dificuldade”.
Maria da Penha
Criada em agosto de 2006, a lei n°11.340 tem o intuito de coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. O texto é baseado na Constituição Federal e em diversos tratados e convenções internacionais, dos quais o Brasil participa. A Lei Maria da Penha, como é conhecida, também trata da criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência.
Como agir em casos de violência
De acordo com especialistas, em casos de violência, quando possível, a vítima deve ir para um local seguro e pedir ajuda imediatamente. Em Contagem, as mulheres podem procurar o Espaço Bem-Me-Quero ou ligar para a Polícia Militar ou para a Guarda Civil de Contagem (GCC).
Confira abaixo onde procurar ajuda:
Endereço: rua José Carlos Camargos, 218 - Centro
Horário de atendimento: segunda à sexta-feira, das 8h às 17h